quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


“Vai doer, vai. Vai arder vai. Vai cicatrizar, não. Não pequena, não vai cicatrizar”. Mas por quê, Zé? Me responde, com sinceridade. Me diz, Zé. Por quê eu, só eu, tenho que aguentar a dor. Ele não tem dó, não? Dó de me ver mal? Zé, eu só queria saber disso. O por que da dor pertencer só a mim. Eu sempre quis me livrar dessa dor, e cada vez que o vejo, recebo mais uma dose enorme. Fico bêbada, e caio. No chão e fico ali. Chega a ser engraçado, umas vezes. mas não pra mim. Eu fico mal ao ver a cena, ridícula. Eu pareço uma pessoa doente, vivo no chão, afogada em lágrimas salgadas. Perco o meu equilíbrio. E o pior é que tento fingir que está tudo bem comigo, quando alguém chega. As pessoas me olham, com uma expressão triste. E agora, Zé. Me responde. Eu ainda pareço bem? Eu ainda pareço uma garota feliz? Com uma vida ótima, normal e cheia de felicidade? Ate eu sei a resposta. E ela é óbvia demais. Desculpe, Zé. Eu não te deixei dizer nada, agora diz. O quê você acha?“Olhe, pequena, mas eu não concordo. Você não parece doente, é só seu sentimento te rebaixando. Você não está bem, eu sei. Mas não é verdade que  sua vida é ruim. Você tem sorte de tê-lo em sua vida. Sabe, você sempre diz que você é uma pessoa ruim, de má índole, que não se importa mais consigo mesma e que a dor toma conta de você. Pequena, calma. Se acalme, tudo vai melhorar.Tudo tem seu jeito, e cada um é diferente. Você toma o caminho mais difícil, mas é inevitável. O caminho da dor e da tristeza se enfia em sua vida e você o toma sem querer. Pequena, não se culpe pelo o que você faz, muito menos pelo o quê acontece. O destino sempre tem o melhor para cada um. E, calma. O seu melhor já vem, pequena.”

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